Foto © Samuel Mendonça

Na jornada de formação que a Diocese do Algarve promoveu no dia 21 deste mês para o clero no Seminário de São José, em Faro, sobre o tema “Caminhos de Libertação”, o padre Carlos de Aquino lembrou que, não obstante nem todos os sacerdotes poderem realizar o “exorcismo maior” referido no respetivo ritual da Igreja, todos podem “ajudar as pessoas” que acolhem.

O sacerdote, que se referiu ao “lugar do Ritual dos Exorcismos na ação pastoral”, explicou que aquele documento inclui várias orações “que servem para preparação espiritual do próprio [celebrante] e também das pessoas”.

O formador lembrou que “o ministério de exorcizar os possessos é atribuído por licença peculiar expressa do ordinário do lugar, que normalmente é o bispo diocesano, e este deve ter conhecimento sempre que se realiza o exorcismo solene”.

Foto © Samuel Mendonça

O padre Carlos de Aquino, que destacou a referência feita pelos diversos documentos da Igreja ao tema e explicou o que trouxe a renovação do ritual publicado pela Congregação para o Culto Divino sobre este assunto, defendeu a criação do Diretório Pastoral a que alude aquele documento.

O orador observou as condições que devem obedecer à realização de um exorcismo e deteve-se a relembrar como se faz a celebração do mesmo, sublinhando que se trata de “uma resposta eclesial no âmbito litúrgico e celebrativo para a libertação do mal”. “O exorcismo é uma realidade eclesial, não uma moda, um ato de magia ou de superstição”, afirmou, recordando tratar-se de um “sacramental”. “É uma bênção evocativa com finalidade evangelizadora e como libertação do mal. Faz-nos tomar consciência da existência do mal, do demónio, da possibilidade de o mesmo influir sobre pessoas, coisas ou realidades do cosmos”, complementou, acrescentando que “a Igreja está consciente de que deve manter esta árdua luta contra o poder das trevas que penetra a história humana e se prolongará até ao último dia”.

“Esta ação maligna afeta pessoas, coisas e lugares”, prosseguiu, lembrando que “o exorcismo faz parte de uma realidade de cristã relativa a quanto Jesus fez e ensinou”.