Não sei que volta há a dar a isto. Como será alguma vez possível enquadrar a parte dos afetos e das emoções no esquema organizativo das grandes empresas e estruturas. Torná-la assim, uma prioridade, uma coisa mesmo necessária para a escolha de cargos, tarefas, enquadramentos específicos.
Sei que há muito caminho feito, mas sei também com uma crueza que às vezes fere, que os “rácios” não se compadecem muitas vezes, com aquilo que não é mensurável, ou quantificável em tabelas e em percentagens, como seja, por exemplo, a necessidade de escuta e de acolhimento.
Quem liga a isso? Tirar um tempo por dia para ouvir e atender e acolher. Não é fácil. Diria mesmo que é quase impossível, tal é a pressão e o ritmo impiedoso a que se chega nestes cargos de liderança de grandes estruturas. Mas é imperioso. Sob pena de se bloquearem processos, quebrarem e interromperem circuitos de informação e, sobretudo, não se matarem mal-entendidos à nascença, ou mesmo antes disso.
E quando se fala em afetos e em emoções, fala-se não naquilo que nos torna mais frágeis, mas sim em pilares absolutamente essenciais para a dimensão humana e de crescimento. Também nas grandes estruturas.
Sim, porque senão, o que apetece é “esmifrar” o “rácio”, virá-lo ao contrário, pô-lo do avesso, para ver se se adequa, finalmente, às costuras e medidas certas das coisas. Mesmo daquilo que não se vê.