Dizia-lhe, naquele dia, que tinha tido um sonho triste, em que tinha lidado de frente e de perto com uma perda e que, no meio da dor e desalento, aparecera-lhe o seu rosto. Ou seja, o seu rosto, a sua pessoa, fora personagem do sonho que teve, fora-lhe bálsamo e por isso tinha sentido o apelo de lhe enviar a mensagem matinal.

A mensagem encheu-lhe o coração e durante o resto do dia, pensou nela, na mensagem, mas sobretudo, na pessoa que a enviara.

Pensou também em todas as pessoas que são bálsamos para outras, mesmo sem se aperceberem, a tal ponto que, por ondas magnéticas e neurológicas que povoam os sonhos, se fazem, às vezes, presentes também aí.

Fiquei contente quando me contou este episódio. Gosto de ambas, a que sonhou e a que foi sonhada e não tenho dúvidas que sim, os sonhos bons têm caras e vozes de pessoas reais, daquelas que povoam os nossos espaços, dias e momentos e daquelas que, mesmo sem nos apercebermos, os preenchem todos, à larga, num conforto de coisa boa!