
Desde muito novo, quando o conhecemos, que nele admirávamos a fé irradiante de que era portador e a vivência plena do crer. Fomos, há dias, já sem possibilidades de o acompanhar, como nosso dever era, ao funeral, pela notícia da chamada ao Pai, desse amigo dileto, confidente e conselheiro espiritual, que foi o Dr. Jorge Rocheta Cabrita. Não obstante a dezena de anos que nos separavam unia-nos uma estima sincera e, entre outros, dois grandes propósitos: a fidelidade a Cristo e à Sua Igreja e o amor à Região Mãe, onde quis o Senhor, ambos nascêssemos, o Algarve.
Homem de visão e vivência universalista, dos que realisticamente veem no seu semelhante um irmão, era um apaixonado por quanto a esta Terra Sulina importasse. Pelas suas carências e necessidades, pelo seu progresso e emancipação de processos retrógrados escreveu de forma acutilante, como jornalista que o foi, de modo próprio na «Folha do Domingo»; interveio, com o seu verbo fluente em e ajuntamentos; e interpretou, na sua guitarra, as músicas que são matriz identitária da gente algarvia.
Licenciado em Direito, nunca se desviou do seu ideário cristão, nem procurou benesses ou favores. O Dr. Jorge foi sempre e só igual a si mesmo, assumindo o percurso – compromisso que Cristo trouxe à Terra e, S. Francisco de Assis, o revivificou em pleno século XIII, aceitando os estigmas da vida como o «Povellero» o fizera então.
Neste momento em que aos Céus erguemos a nossa Prece pelo eterno descanso deste Amigo que uma «Pedra Viva da Igreja do Senhor», bem como a consolação da Família enlutada, de modo próprio seu extremosa Esposa, recordamos um Apóstolo dos nossos dias!