Hospital_pequeninos_ualgO núcleo de estudantes do curso de medicina da Universidade do Algarve (Ualg) esteve ontem no Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, para mais uma edição do “Hospital dos Pequeninos” que em tom de brincadeira explicou às crianças como funciona um hospital.

No jardim do Refúgio Aboim Ascensão, centro de acolhimento temporário de emergência infantil, foi montado um espaço de aprendizagem sobre a roda dos alimentos, improvisada uma sala de espera de um hospital, as salas de triagem, consulta, raio-X, vacinação, bloco cirúrgico e até uma área de internamento.

Os participantes foram crianças com idades acima dos cinco anos que chegavam à “sala de espera” na qualidade de acompanhantes de um boneco que estava doente, explicou Gonçalo Oliveira, um dos 16 alunos envolvidos na iniciativa.

Aos poucos, foram convidados a vestirem a bata de médico e tentarem perceber o trabalho dos profissionais de saúde quando atendem um doente.

A simulação das várias etapas teve como objetivo reduzir o medo da “Bata branca” e a ansiedade das crianças quando estão na presença de um profissional de saúde.

Os estudantes conseguiram a colaboração de empresas da região que ajudaram nas consultas de nutrição, em rastreios visuais e jogos didáticos.

O vice-diretor do Curso de Mestrado Integrado de Medicina (MIM), Pedro Marvão explicou à Lusa que a iniciativa, ainda que apoiada pela direção do curso, partiu dos estudantes que desta forma tentam “dar algo à população em geral”.

À margem do evento, o diretor do Refúgio Aboim Ascensão, Luís Villas-Boas, elogiou o empenho dos alunos da Universidade do Algarve.

“Além de muito educativo, ajuda muito a explicar certas situações que as crianças passam e que muitas vezes não compreendem”, comentou o responsável por aquela instituição que acolhe atualmente 70 crianças.

“Temos capacidade para mais 20 e lamentamos não ter cá essas 20 crianças porque elas estão algures neste país e muitas mais a necessitar deste tipo de apoio”, comentou frisando que o Refúgio Aboim Ascensão é um espaço de acolhimento temporário onde a prioridade é “dar família a todas as crianças”.

Luís Villas-Boas fez questão de explicar que o facto de uma criança ser institucionalizada não quer dizer que é para sempre, pelo contrário: “O que se passa aqui, às vezes três meses de internamento ajuda o reequilíbrio de uma família”.