A vigília vocacional para jovens universitários e trabalhadores, que teve lugar esta noite na pequena igreja de São Lourenço de Almancil, ficou marcada pela interpelação deixada aos cerca de 70 participantes de vários pontos do Algarve.


“Há uma Igreja e há um mundo à vossa espera. E Ele [Jesus] quer enviar-nos a todos para sermos transformadores deste mundo e desta Igreja com alegria, entusiasmo e com aquilo que é próprio dos jovens”, afirmou o padre António de Freitas, que presidiu àquela oração.

Na iniciativa, promovida em parceria com o Setor da Pastoral Universitária e com o Secretariado da Pastoral Vocacional da Diocese do Algarve e que consistiu numa noite de adoração eucarística, o sacerdote deixou um desafio aos presentes. “Colocando os olhos n’Ele [Jesus], gostava que se deixassem interpelar por duas ou três coisas: o que é que Jesus espera mim, que aconteça na minha vida para que eu encontre a felicidade? Em quem é que nós esperamos?”, propôs, aludindo a um eventual compromisso na comunidade, à vida sacerdotal ou consagrada ou no matrimónio.

“Quando pensarem nos desafios da vida, não pensem só em vocês. Quando Jesus vos desafiar não pensem só na vossa vida. Pensem na bênção que a vossa vida pode ser para tantos. Que o Senhor nos ajude a, com Ele, ultrapassar os medos, a nos oferecermos ao Pai e a querermos fazer a diferença na vida dos outros”, apelou.


Na vigília que teve início com os participantes de olhos vendados, o sacerdote pediu-lhes ainda que vençam o “medo de dar o passo, de arriscar”. “O medo acanha-nos. Não queiram ser gente atrofiada, nem aceitem que se imponha isso nas vossas vidas”, pediu, considerando que o “grande medo” é o de ficar “sempre sozinhos”. “Nunca estamos sós. Ele [Jesus] está connosco, nunca nos abandona, ama-nos sempre e quer contar com cada um de nós para que, na resposta ao Evangelho, transformemos a Igreja e o mundo”, prosseguiu, desafiando os jovens a desvalorizarem o que os outros pensam deles. “Um dos grandes fatores dos nossos medos é o que é que os outros pensam de mim. Borrifem-se para os outros. Só Ele importa porque Ele nunca nos acusa, nunca nos condena e não nos ama somente quando a gente lhe faz a vontade. Temos de confiar mais n’Ele, um bocadinho menos em nós e muitíssimo menos nos outros”, afirmou, pedindo ainda aos jovens “que desacomodem e que incomodem também”.



Na vigília, em que os jovens foram convidados a participar na Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) que este sábado tem lugar em Almancil, o padre António de Freitas exortou os que aceitem o convite a viverem-na como “uma alavanca para os dias que vêm a seguir”. “O que é que Jesus me está a pedir que leve desta noite ou do dia de amanhã para os dias e semanas seguintes? É isso que devemos buscar numa Jornada da Juventude”, afirmou.




A JDJ, anualmente assinalada na solenidade de Cristo-Rei, no último domingo do ano litúrgico, destina-se a jovens entre o 10º ano de catequese e os 30 anos de idade e seus animadores. A atividade, que este ano tem como tema “Alegres na esperança” (cf. Rm 12, 12), terá início, pelas 9h30, na igreja paroquial de Nossa de Fátima de Almancil e terminará, pelas 22h30, com uma ceia, após a Eucaristia que será presidida pelo bispo do Algarve, pelas 21h.