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© Samuel Mendonça

O bispo do Algarve presidiu no passado domingo à bênção e inauguração do Centro Pastoral de Pêra, uma infraestrutura da paróquia local que irá acolher atividades de âmbito cultural, social e religioso.

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© Samuel Mendonça

Construído no lugar de uma casa antiga doada à paróquia e que foi demolida, o equipamento está capacitado para receber um centro de dia para idosos e para acolher um refeitório social e assegurar apoio domiciliário até 40 famílias carenciadas. Para além disso poderá ainda ser espaço para festas, espetáculos, formações ou reuniões, estando equipado para a atividade pastoral com oito salas de catequese, sala de catequistas, sala de palco para espetáculos e atividades lúdicas com capacidade para 351 pessoas, sala polivalente para refeições e convívio com cozinha de apoio, residência paroquial, cartório paroquial e sala do pároco.

Na sessão de inauguração, D. Manuel Quintas lembrou que “a igreja precisa de possuir os meios adequados para o exercício de uma eficaz ação pastoral, desenvolvida também com a colaboração imprescindível dos leigos”.

O prelado afirmou-se “plenamente convencido” de que os espaços criados naquele centro pastoral “darão um contributo importantíssimo” à “transmissão de fé que vai passando de geração em geração”. O bispo do Algarve explicou, por isso, o sentido da bênção. “Esta bênção de Deus que vamos evocar, é verdade que é sobre o edifício, mas as bênçãos são acima de tudo para as pessoas”, afirmou referindo-se àqueles que o idealizaram, projetaram, construíram e que o vão utilizar. “Esperamos que, no futuro, muita gente aqui acorra para crescer mais na sua dimensão humana, cristã, cultural”, desejou.

D. Manuel Quintas evidenciou ainda que o centro pastoral “é fruto sobretudo do querer, da vontade, da disponibilidade, do espírito de sacrifício” de muitos. “Esta obra constitui para mim o testemunho de uma grande equipa e, ao mesmo tempo, gostaria que fosse exemplo para a nossa Igreja diocesana, para aquilo que os leigos podem fazer, conseguir e concretizar”, afirmou, lembrando a força da união. “Não há coisas impossíveis quando nos unimos e esta construção é prova disso. Aquilo que vos uniu na construção desta obra, também vos há-de unir na sua gestão. Não vai ser fácil a gestão desta obra e usufruir deste espaço”, afirmou, considerando ser “preciso continuar o esforço feito até aqui com a mesma união e com o mesmo espírito de responsabilidade, de corresponsabilidade e de partilha”.

O bispo do Algarve lembrou que o novo equipamento é também uma resposta social, apelando ao apoio das entidades oficiais. “É importante que a Segurança Social saiba que, se fizer protocolos para estes serviços, já poupou muito dinheiro na construção”, disse.

Também o padre Manuel Coelho, pároco de Pêra, apelou ao apoio da Segurança Social e exortou à criação das valências de centro de dia e de apoio domiciliário no novo centro pastoral, considerando que “Pêra tem uma equipa de trabalhadores como poucas paróquias e freguesias têm a possibilidade de ter”.

Em resposta às criticas da construção de um centro pastoral em detrimento do projeto do lar, o sacerdote disse que a alteração de prioridades se deveu a “mudanças de governos e de políticas”. “Sentiria muito mais alegria se fosse uma outra inauguração”, admitiu o sacerdote, advertindo, contudo, que o dinheiro tem sido “bem gasto”.

A presidente da Câmara de Silves, Rosa Palma, destacou a “rapidez e eficiência” com que decorreu obra e apelou à união e colaboração de todos e o presidente da Junta de Freguesia, João Palma, também considerou que o futuro passa pela construção do lar, a “outra grande infraestrutura necessária” àquela vila. “Não podemos deixar morrer este sonho”, pediu, regozijando-se que crianças, jovens e adultos da freguesia e do concelho tenham agora “condições para a sua formação humana e cristã” e para realizar atividades culturais e que na área social estejam “criadas todas as condições para prestar um bom apoio domiciliário”.

Carlos Cristóvão, da Comissão de Festas da paróquia, considerou que o novo edifício “marcará um novo rumo na história” da vila. “Estou ciente que, tal como o antigo edifício, também este será um símbolo representativo para a nossa vila”, disse.

O arquiteto da obra, Jorge Moreira, advertiu que a manutenção do edifício “tem de ser profissionalizada”. “Este espaço tem de ser muito dinamizado e muito usufruído, não só pela freguesia de Pêra, mas pela região do Algarve, para se conseguir custear a sua manutenção”, alertou.

© Samuel Mendonça
Antiga casa existente no espaço onde foi construído o Centro Pastoral de Pêra © Samuel Mendonça

O encaixe financeiro com a venda de um terreno permitiu à paróquia avançar para a edificação deste equipamento, cujo valor global de construção totalmente financiado pela comunidade paroquial, ascendeu a cerca de 2 milhões de euros, incluindo as alterações ao projeto inicial e o mobiliário. Após a consignação da empreitada de construção, a obra foi realizada em 18 meses.