Foi editada uma publicação sobre a Casa de Santa Isabel, em Faro, instituição de cariz católico para acolhimento de menores em risco do sexo feminino, que em 2019 completou um século de existência.
A história da instituição criada por quatro senhoras da sociedade farense em articulação com a Igreja Católica, através da ação do bispo do Algarve da altura, D. António Barbosa Leão, para fazer face a um período difícil em que na região se sofriam as sequelas da Primeira Guerra Mundial e o flagelo da gripe pneumónica é escrita pelo decano dos jornalistas algarvios, João Leal.
Na apresentação da publicação, a direção daquela IPSS lembra que a instituição foi fundada em 1919 “para responder a uma grave crise humanitária e socioeconómica, em resultado do surto denominado ‘Gripe Pneumónica’ que afetou a população algarvia”. “A pandemia de então provocou elevados índices de mortalidade na região, deixando muitas crianças órfãs e em precárias condições sobretudo as do sexo feminino. Foi para estas, que foi erigida a Casa de Santa Isabel na cidade de Faro, inicialmente denominada de Asilo de Santa Isabel”, escreve.
A direção refere que o livro, com o título “Casa de Santa Isabel 1919 – 2019, cem anos de bem-fazer – um século de vivência cristã”, “resultou do programa de comemoração do centenário que teve o seu ponto alto no dia 4 de julho de 2019 e incluiu uma palestra do professor João Leal”.
O bispo do Algarve, que assina o prefácio da obra, destaca que cada uma das suas páginas guia o leitor “no percurso deste já longo e fecundo caminho” e introdu-lo na “arte de «bem fazer» de sucessivas gerações, reflexo da sociedade farense de cada tempo»”. D. Manuel Quintas realça a “oportuna iniciativa de promover a recolha e a publicação destas «memórias», deixando aos vindouros este rico património”.
Com edição da Câmara de Faro, a publicação, composta de 112 páginas e por 12 capítulos, foi apresentada a 22 de novembro do ano passado na Biblioteca Municipal.
A Casa de Santa Isabel, com um corpo técnico de cerca de 35 funcionários, para além do lar de infância e juventude que esteve na sua génese, conta hoje também com as valências de creche e pré-escolar, acolhendo cerca de 160 crianças e jovens.