Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados ontem – e que analisam a evolução da realidade familiar portuguesa nos últimos 50 anos –, o Algarve é das regiões do país com maior número de uniões de facto (acima de 20 por cento).
Assim sendo, e de acordo com os dados do INE, um em cada cinco casais algarvios vivem em união de facto, o que coloca a região algarvia a par da grande Lisboa, da Península de Setúbal e Alentejo Litoral como as zonas onde o número de uniões de facto é maior.
O INE explica ainda que as uniões de facto com e sem filhos aumentaram no país, com variações de 120 por cento e 80 por cento, respetivamente, face a 2001 e que o seu crescimento é ainda mais expressivo nos casais recompostos, com seis em cada 10 destes casais a viverem este tipo de união.
Os dados divulgados demonstram ainda que mais de metade dos casais portugueses têm apenas um filho, tendência que se acentuou nas últimas décadas e registam também um aumento dos casais sem filhos e das famílias monoparentais.
Dos 2.745.928 casais existentes em Portugal em 2011, 55 por cento tinham apenas um filho. Em 1991 essa percentagem era de 44 por cento e, em 2001, de 51 por cento.
O INE regista também um aumento dos casais sem filhos, que representam já 41 por cento do total de casais portugueses. Em 1991, eram 32 por cento e, em 2001, 35 por cento.
O maior aumento destes casais registou-se nos grupos etários até aos 39 anos, o que, segundo o INE, indicia o adiamento da parentalidade.
O número de casais com três ou mais filhos sofreu uma quebra (17 por cento em 1991, 11 por cento em 2001 e oito por cento em 2011), tendo-se mantido relativamente estável o número de casais com dois filhos (39 por cento em 1991 e 2001 e 38 por cento em 2011).
A tendência para a diminuição do número de filhos verifica-se também nas famílias recompostas (separados ou divorciados que voltam a formar família), apesar de nestes casais a percentagem de filhos continuar a ser mais do dobro da do total de casais com filhos.
O número de casais recompostos mais do que duplicou desde 2001, passando de 46.786 para 105.763 em 2011, o que fez aumentar o seu peso no total dos casais com filhos.
As famílias monoparentais continuam também a crescer, sobretudo as só de mães com filhos menores de 18 anos, que na década de 2001-2011 cresceram 47,7 por cento.
Em 2011, existiam em Portugal 480.443 famílias monoparentais, que representavam 14,9 por cento do total de famílias e 22,9 por cento das famílias com filhos.
Estes valores representam um crescimento de 35 por cento deste tipo de família em relação a 2001.
Destas 480.443 famílias, 416.343 eram constituídas só por uma mãe e 64.100 só por um pai.
A grande diferença entre o número de agregados de pai e mãe sós indica, segundo o INE, “a persistência da ‘guarda materna’ após o divórcio ou separação”.
Em 2011, 15 por cento das famílias monoparentais com filhos menores de 18 anos eram afetadas pelo desemprego, sendo mais elevado no caso das mães.
Os dados apontam ainda que cerca de um terço das famílias monoparentais com filhos menores vivem em famílias complexas – em que ao pai/mãe se juntam outras pessoas aparentadas 32,4 por cento em 2011).
com Lusa