O provincial da Ordem dos Carmelitas Descalços em Portugal disse hoje de manhã que a irmã Teresa do Menino Jesus e Maria Imaculada, falecida anteontem, 23 de agosto de 2023, deixou “marcas do divino em cada um” com quem se relacionou.
“Obrigado, irmã Teresa, por nos fazer conhecer Deus e aproximar-nos cada vez mais dele”, agradeceu o padre Vasco da Costa na Missa exequial a que presidiu esta manhã na capela do mosteiro de Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Patacão, concelho de Faro.
O sacerdote começou por lembrar as palavras de Santa Teresinha: «Eu não morro, entro da vida». “Estas palavras também se poderiam certificar à nossa irmã. Ela viveu com esta confiança, com este abandono no seu Senhor, com esta certeza de que jamais morreria quando chegasse a esta hora, mas sim viria a entrar na plenitude da vida de Deus”, afirmou, explicando que aquela seria uma celebração, não centrada naquilo que é a morte do ponto de vista existencial, mas sim para dar “graças ao Senhor” por tudo aquilo que a falecida foi na terra. “Dêmos graças por a ter conhecido, por ela fazer parte da nossa vida”, pediu.

A propósito das leituras escolhidas, o padre Vasco da Costa constatou falarem “do Deus com quem viveu” a irmã Teresa do Menino Jesus, “um Deus que se fez presente na sua vida como Deus-amor, Deus-misericórdia, Deus-perdão, Deus-reconciliador, um Deus que andou sempre atrás dela” e “não lhe deu descanso”, “um Deus que a inquietou para falar dele a todos os que dela se abeiravam”. “De alguma maneira, ela falou-nos de Deus”, realçou, citando uma expressão da falecida: “Vêde o que o Senhor fez comigo!”. O provincial da Ordem dos Carmelitas Descalços destacou que a dizia “porque se sentia agraciada pelo próprio Deus, tal como Santa Teresa de Jesus se sentiu”. “Reconhecia a sua pobreza e, em simultâneo, o imenso amor de Deus para com ela”, prosseguiu, acrescentando que “a irmã Teresa também sentiu a sua fragilidade, o seu pecado, mas isso não a fez afastar-se de Deus”. “Muito pelo contrário, fê-la caminhar, cada vez mais, para Deus de forma confiante e abandonada”, sustentou.
O sacerdote disse ainda que, num dia em que a religiosa, natural de Espinho, e uma das fundadoras em 1976 do Carmelo algarvio, “alcança aquilo que tanto desejou”, “é uma alegria imensa estar na presença da Teresinha nesta hora e saber que o próprio Deus também está aqui com o céu, com todos aqueles que já fazem parte da comunhão dos santos”.
No final da Eucaristia, concelebrada pelo cónego Carlos de Aquino e pelos padres António Moitinho, Luís Gonzaga, Manuel Rodrigues, Pedro Manuel e Samuel Camacho na qual também participaram os diáconos Getúlio Bica e Luís Galante, foi lido um poema da autoria da falecida.

A irmã, como acontece com todas as religiosas falecidas daquela comunidade, ficou sepultada no cemitério do próprio mosteiro.
Faleceu a irmã Teresa do Menino Jesus, uma das fundadoras do Carmelo algarvio