
Os consagrados (sacerdotes, irmãos ou irmãs, pertencentes a uma congregação religiosa ou a um instituto religioso ou secular) que trabalham nas três dioceses do sul do país – Algarve, Beja e Évora – encontraram-se em Évora no passado dia 25 de abril para refletirem sobre a vida consagrada na Igreja.
A iniciativa, promovida pelo Secretariado Regional de Évora da CIRP – Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, decorreu na sede da comunidade salesiana local, tendo início com o acolhimento e a oração da manhã.
Seguiu-se uma breve reflexão apresentada pelo padre Alberto Brito, sacerdote jesuíta, sobre a “Vida Consagrada na Igreja”. O orador levou os consagrados a uma viagem de vinte séculos “com a intenção de colocar o passado ao serviço do presente, para melhor encarar o futuro”.
Começando pela alusão às primeiras comunidades e ao testemunho dos mártires, o sacerdote lembrou Bento de Núrsia e sua irmã Escolástica, iniciadores da vida consagrada no ocidente, os padres da Igreja, São Bernardo de Claraval, reformador da Ordem de Cister, a Ordem dos Cartuxos, semi-eremitas de clausura monástica, São Francisco de Assis, Santa Clara de Assis, São Domingos de Gusmão, Santa Catarina de Sena, Santa Beatriz da Silva, Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz e São Inácio da Loyola.
Chegando aos séculos XVIII e XIX, o padre Alberto Brito abordou a Revolução Francesa e, no século XIX, a Revolução Industrial com a fundação de “mais de 120 institutos de vida consagrada”. Referiu-se aos institutos seculares, à Pós-Revolução Industrial, e aos séculos XX e XXI com as “novas comunidades”. O sacerdote evidenciou a tripé presente em todos eles: “carisma, autoridade e missão”.
“O Espírito de Deus que a todos governa, move os três elementos a dialogar e a encontrar um equilíbrio dinâmico, para que a Igreja descubra novos caminhos de evangelização, em cada tempo e lugar. Estamos todos ao serviço do Reino e os três elementos referidos são importantes numa visão de conjunto e ao longo da história foram constantes pela força e presença de Deus na vida de todos e de cada um. Hoje, acreditamos que continua a ser assim: comunidades, institutos, Igreja que caminha, escrevendo a história de forma direita mesmo através de linhas tortas”, afirmou.
Os consagrados realizaram depois um trabalho de grupos, procurando analisar as “ameaças e desafios à evangelização”, tanto externas como internas à vida consagrada.
Seguiu-se a celebração da eucaristia presidida pelo arcebispo de Évora, D. José Alves, e concelebrada pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, e vários sacerdotes e diáconos presentes.
Depois do almoço, realizou-se um breve plenário, orientado por D. Manuel Quintas e pelo padre Alberto Brito, sobre as conclusões do trabalho de grupos, tendo sido apresentados os desafios para “não perder a esperança e a alegria da missão”.
O encontro finalizou-se com uma oração e o Secretariado Regional da CIRP entregou a cada participante uma lembrança típica do Alentejo – um chocalho –, símbolo que procurou lembrar os religiosos que devem procurar ser “ovelhas que seguem o seu Pastor”.