O Algarve vai acolher, entre 23 e 28 de julho do próximo ano, cerca de 90 jovens universitários de vários países ligados à Companhia de Jesus (jesuítas) que participarão na semana seguinte na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa.

Os estudantes virão participar no MAGIS 2023, o encontro de jovens ligados à espiritualidade inaciana, que decorrerá no âmbito dos designados ‘Dias nas Dioceses’, a semana de atividades que antecede a JMJ 2023.

O MAGIS é uma iniciativa que proporciona “uma semana de experiências de reflexão, partilha e oração”, a jovens de todo o mundo, entre os 18 e os 30 anos.

No Algarve, os jovens serão acolhidos nas paróquias da Mexilhoeira Grande e de Nossa Senhora do Amparo de Portimão para realizarem três experiências de serviço e voluntariado social. Divididos em três grupos de cerca de 30 elementos cada, os estudantes participarão numa atividade que terá lugar na Mexilhoeira Grande e na ‘Aldeia’ de São José de Alcalar e em duas que terão lugar em Portimão, relacionadas com a limpeza do rio Arade e de voluntariado na Santa Casa da Misericórdia de Portimão.

Este grupo do MAGIS e o grupo ligado à Comunidade do ‘Chemin Neuf’ irão perfazer o número total de peregrinos que os espaços que constituem o centro de acolhimento de Portimão poderão acolher. Recorde-se que para os ‘Dias nas Dioceses’ foram definidos pelo Comité Organizador Diocesano do Algarve para a JMJ 2023 quatro centros de acolhimento situados em Portimão, Loulé, Faro e Tavira que no total poderão acolher cerca de 10.000 jovens.

O padre Rui Fernandes, sacerdote da comunidade jesuíta no Algarve que faz parte da organização do MAGIS, explicou ao Folha do Domingo que o programa diário das equipas internacionais incluirá oração em conjunto e depois o trabalho. O sacerdote acrescentou que a organização está a tratar agora do alojamento dos participantes, que serão acompanhados por cerca de 10 responsáveis, que em princípio será feito em casas de famílias.

A organização é composta por uma equipa central em Lisboa e, para cada uma das cerca de 70 experiências em todo o país, existe uma miniequipa constituída por quatro leigos e um sacerdote jesuíta.

Este programa mundial aconteceu pela primeira vez em 1997, em França, mas foi em 2005, na Alemanha, que ganhou o nome e se tornou num encontro oficial, que se veio a repetir nos anos seguintes. Alguns anos depois, em 2011, em Espanha, contou com a presença de milhares de participantes vindos de 50 países diferentes e foi nesse ano que adquiriu a sua forma atual.

Sendo Portugal o país anfitrião do MAGIS, a imagem do encontro reflecte a bandeira portuguesa com as suas quinas, que representam Portugal e remetem para as chagas de Cristo; o azul evoca o mar português, tão querido à memória coletiva, e coloca o MAGIS e os seus peregrinos sob o manto de Nossa Senhora, Rainha de Portugal e Mãe da Companhia de Jesus. As ondas dos A – que se destacam no logo – remetem para o imaginário português e jesuíta da abertura a novos mares e horizontes, de diálogo entre culturas e tradições, da curiosidade do encontro, da alegria das vidas partilhadas.

A organização destaca que durante aqueles dias, “a juventude inaciana de vários países integrará várias experiências, que ajudarão a refletir, partilhar e celebrar em conjunto a preparação para a JMJ 2023”. “Um convite a experimentar as alegrias e angústias de tantas pessoas, possível graças à diversidade de tantos participantes e a experimentar a presença no coração de cada um de um desejo partilhado de sociedades mais justas capazes de oferecer possibilidades mais sustentáveis e geradoras de vida. São experiências que põem os jovens em contacto com o sonho de Deus para a humanidade e que pretendem despertar neles aspirações e determinação, movidos e suportados pelo Espírito de Jesus, para alcançar vidas de serviço comprometidas em criar um futuro cheio de esperança”, acrescenta.

A inscrição no MAGIS 2023 implica também a inscrição na JMJ. Ao inscreverem-se, os participantes manifestam as suas preferências tendo em conta as áreas de ação que gostariam de desenvolver e que podem incluir experiências ligadas à espiritualidade, à ecologia, à ação social, às artes, entre outras. É com base na manifestação dessas preferências que são feitos os grupos de 20 ou 30 elementos.