
Neste mês de Maio, dedicado pela Igreja a Nossa Senhora, o Movimento dos Convívios Fraternos (MCF) na Diocese do Algarve promoveu no passado sábado uma oração mariana de cariz também vocacional.

A iniciativa, que contou com a participação de cerca de 50 convivas, oriundos de vários pontos do Algarve, ficou marcada pelo testemunho da irmã Cristina Silva, carmelita missionária também presente, que foi sendo apresentado intercaladamente com a recitação dos mistérios do rosário.

Oriunda da comunidade das Carmelitas Missionárias em Granada (Espanha), a irmã Cristina Silva, algarvia, fez a sua primeira profissão religiosa (temporária) a 22 de maio de 2010 e continua atualmente em formação com vista à profissão religiosa de votos perpétuos, estando também a trabalhar com jovens alunos do ensino secundário num colégio daquelas religiosas.
A irmã Cristina Silva, que durante alguns anos fez parte da equipa do MCF no Algarve, deixou vários desafios aos convivas presentes. “Que ao longo desta oração, nós convivas, possamos renovar o nosso «quarto dia», procurando ser fiéis ao compromisso que um dia fizemos depois de três dias fortes e intensos que deixaram o bom sabor de uma vida renovada em nós”, desejou, exortando-os a escutar Jesus, a abrir os seus corações à “força da sua presença”.
A religiosa destacou ainda o “olhar de um Deus que ama sem limites, sem fronteiras”, sendo “muito maior” do que as “limitações, debilidades, medos e incertezas” de cada um. “Quantas vezes não silenciamos aquilo que é vital na nossa vida? Muitas vezes caímos na tentação de partilhar a nossa fé somente ao nível do que é politicamente correto. E dentro disto entram muitas vezes inquietações vocacionais, que não têm que ser só as da vocação à vida religiosa ou sacerdotal. Necessitamos ter espaços e tempos para falar e rezar estas questões”, considerou.

Neste sentido, pediu aos jovens que deixem que “Deus seja Deus” nas suas vidas e assim possam descobrir, pouco a pouco, o que Ele lhes vai “dizendo e fazendo descobrir”. “Quando as nossas vidas vão ficando marcadas por Deus, nunca deixam os outros indiferentes. Quando Deus passa pela nossa vida, interpela sempre o nosso coração e o dos outros a uma maior abertura”, afirmou, relembrando a sua caminhada vocacional e a influência que nela tiveram o MCF, a extinta AJUC – Associação de Jovens Universitários Cristãos, as atividades da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve e a catequese paroquial. “Foram tempos e espaços que me ajudaram a crescer, a cimentar a minha fé. Os convívios fraternos foram também essa oferta contínua do amor de Deus na medida em que podia ver esse Deus que seguia marcando a vida de outras pessoas, de outros jovens e isso não me deixava indiferente”, considerou.


A irmã Cristina Silva, que considerou Nossa Senhora como “sinal dessas obras que Deus realiza na vida e na história concreta de pessoas e de vidas concretas”, advertiu que “Deus não tira nada”. “Faz-nos crescer em liberdade e faz-nos pessoas renovadas”, completou.
O assistente algarvio do MCF assumiu que o objetivo daquela oração, que teve lugar no Centro Paroquial de Olhão, foi também “inquietar” os jovens participantes. “Estamos reunidos para fazer a nossa oração de louvor a Nossa Senhora, mas também para que esta vida partilhada da irmã Cristina vos possa provocar em alguma coisa na vossa vida. Que a partilha possa tocar as vossas vidas e vos possa interrogar acerca daquilo que querem para a vossa vida”, afirmou.
O padre Rui Guerreiro frisou que “servir o Evangelho é sempre servir homens e mulheres concretos, fazendo com que a experiência de Deus possa chegar aos corações de outros homens e mulheres”. “É uma missão maravilhosa poder deixar tudo para nos dedicarmos ao serviço do Evangelho”, considerou, desejando que aqueles jovens, “ao menos por um instante, se questionem” sobre a sua vocação”. “Senhor, o que é que tu queres de mim? Senhor, será que o meu caminho passará por me consagrar ao teu serviço?”, interrogou, exemplificando as perguntas que cada um deve fazer.
Religiosos ou consagrados são os sacerdotes, irmãos ou irmãs, pertencentes a um(a) instituto/congregação religioso(a).

O Convívio Fraterno é uma iniciativa para jovens maiores de 18 anos que pretende ser o primeiro apelo à fé.

