© Samuel Mendonça
© Samuel Mendonça

Era uma necessidade, constatada há muito pela Igreja Católica algarvia, que teimava em concretizar-se, mas que agora parece querer tornar-se realidade: diferentes sectores da vida da diocese algarvia que trabalham com os mesmos destinatários em objetivos comuns ou em objetivos complementares uniram-se na coordenação e conjugação de atividades para evitar sobreposições e duplicações.

Tendo como destinatários os jovens com idade superior a 16 anos de grupos paroquiais, o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ), o Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional (SDPV), o Movimento dos Convívios Fraternos (MCF) e o Centro Diocesano de Acólitos (CDA) elaboraram para este ano de 2014/2015 um plano de trabalho conjunto sob o tema “Santidade, um estilo de vida”, inspirado no programa pastoral da Igreja Católica algarvia.

Este trabalho de coordenação resultou na elaboração de um calendário juvenil que foi ontem publicamente apresentado num encontro em Albufeira com responsáveis de grupos juvenis paroquiais oriundos de todo algarve.

O padre António de Freitas, assistente do SDPJ e um dos sacerdotes responsáveis por este trabalho, explicou que “a proposta foi lançada num dos conselhos presbiterais” e “partiu do conjunto de padres que assistem espiritualmente estes serviços ou movimentos”. “Este também foi um desafio que Deus, através do dom da santidade, quis lançar à nossa diocese: não nos vermos como concorrentes uns dos outros, mas fazermos caminho em conjunto. Concorremos todos para um único objetivo: ajudar os nossos jovens a descobrir Cristo, a descobrirem-se e a tornarem-se cristãos e a serem felizes a partir dessa relação com Deus e na aceitação da fé cristã”, afirmou.

“Não havia uma coordenação destes sectores (como não há de outros) e quando eram coligidas as atividades víamos que as iniciativas colidiam umas com as outras”, contou ao Folha do Domingo, explicando que as condicionantes do estilo de vida atual acabaram por impor a mudança. “Está-se a chegar a um tempo em que não é possível manter as mesmas estruturas de há 20 ou 30 anos. Há uma consciência de que isto tem de mudar ou então não avançamos e houve uma vontade de dar o passo em frente”, referiu.

O padre António de Freitas explicou que a nova forma de trabalho possibilitará a preparação e realização de atividades conjuntas e contou que houve uma dupla finalidade na elaboração do plano: evitar programar duas atividades no mesmo fim de semana e, sempre que possível, fundir iniciativas idênticas dos diferentes serviços, aproveitando aspetos de uns e de outros.

O sacerdote sublinha, contudo, ter sido preciso fazer cedências para chegar à unidade. “Não foi fácil e esta não foi a primeira tentativa. Há três anos já tinha havido uma tentativa de trabalho conjunto entre a Pastoral Juvenil e a Pastoral Vocacional”, acrescentou, assegurando que apesar deste ser um ano experimental, é intenção continuar nos próximos anos.

Aquele responsável considera ser possível e desejável alargar a experiência a outras realidades de trabalho pastoral com jovens. “A própria catequese tem de se tentar integrar, sobretudo nos anos da adolescência”, acrescenta.